Prológica CP400 Color I

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HISTÓRICO

A primeira versão do CP 400 Color foi lançado em dezembro de 1984 pela Prológica, então uma das mais bem sucedidas fabricantes de microcomputadores das linhas Sinclair (CP200) e TRS-80 (CP300, CP500, Sistema 600 e Sistema 700).

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O design do gabinete foi concebido pelo arquiteto italiano pós-moderno Luciano Devia, representante da Escola de Turim. Segundo o artista, as teclas pequenas e coloridas tinham por função dar “um ar meio brincalhão ao micro”, por ser ele de uso doméstico, precisando assim “se harmonizar com objetos até decorativos”. No entanto, apesar do design ser oficialmente atribuído ao referido artista, sua notável semelhança com o Timex Sinclair 2068 (ou Timex Computer 2068), lançado no final de 1983 nos Estados Unidos, sempre foi alvo de inúmeros questionamentos, principalmente pelo conector de expansão, protegido por uma porta levadiça, no lado direito da unidade também ser uma das características próprias do Timex Sinclair 2068.

No começo, a concorrência do CP400 Color era até reduzida. Seu concorrente direto, que também fazia uso de cores e som, era o TK2000, da Microdigital Eletrônica, já que os clones nacionais do Apple IIe eram consideravelmente mais caros.

Diferentemente de outros microcomputadores nacionais compatíveis com o padrão TRS Color, como o Codimex CD6809, o LZ/Novo Tempo Color64 e o Engetécnica/Varix VC50, o CP400 Color obteve grande repercussão no mercado nacional, a ponto de a Prológica vir a lançar um novo modelo, denominado CP400 Color II, com uma nova placa-mãe e um teclado semi-profissional.

Considerando que o conector de expansão era embutida numa espécie de “unidade de cartucho”, à direita do teclado, e possuía um formato peculiar, somente os cartuchos produzidos pela Prosoft (braço de software do Grupo Prológica) podiam ser nele conectados. Por outro lado, os cartuchos da Prosoft podiam ser conectados em qualquer computador compatível com a linha TRS Color, uma vez que eram bem menores em relação aos demais. Ao todo, a Prosoft produziu 20 títulos: Ataque, Batida, Bingo, Castelo, Damas, Dinossauros, Editor, Escalada, Esqui, Gráficos, Ilhas, Invasores, Labirinto, Meteoro, Pega-Come, Pipoca, Tênis, Terror, Tiro ao Alvo e Xadrez.

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Embora o CP400 Color I fosse comercializado em duas versões, de 16 e 64 Kbytes de RAM respectivamente, essas quantidades de memória não estavam totalmente livres para o usuário. Com efeito, para a versão de 16KB, apenas cerca de 8KB eram de fato liberados; e para a versão de 64K, somente cerca de 24KB estavam disponíveis, isto porque 16 KB eram reservados para o endereçamento da memória ROM (que continha o ECB); outros 16 KB para o uso de cartuchos de ROM; e mais 8KB para alocar a memória de vídeo de alta resolução. Posteriormente, os usuários de máquinas de 16 KB puderam expandir a memória para 64KB, mediante a instalação de um kit disponível nas Assistências Técnicas da Prológica. Para a operação com disquetes era necessário 64KB de RAM.

Após o lançamento do CP400 Color II, que trazia um teclado semi-profissional mais fácil para a digitação de programas, as Assistências Técnicas da Prológica promoveram a substituição do teclado chiclete do CP400 Color original pelo novo modelo e passaram a chamá-lo de “CP400 Color I”; apesar disso, verificou-se diversos modelos I contendo já a placa-mãe do modelo II.

CARACTERÍSTICAS

Fabricante: Prológica Indústria e Comércio de Microcomputadores Ltda. – CGC 48.083.166/0001-45

Dimensões  (largura, profundidade e altura máxima, em centímetros):

  • Gabinete/CPU: 39,5 x 20,0 x 5,00.
  • Fonte externa: 10,5 x 8,5 x 8,5.

Compatibilidade: Tandy Radio Shack Color Computer 1&2.

Microprocessador: Motorola MC6809E, de 0,895 MHz a 1,790 MHz.

Memória ROM: 16K (contendo o Tandy “Color BASIC 1.1” [CB] e o Tandy “Extended Color BASIC 1.1” [ECB], com alteração dos labels).

Memória RAM: versões de 16K ou 64K.

Teclado: tipo “chiclete”, com 55 teclas, incorporado ao gabinete. Caracteriza-se sobretudo pelo fatos da teclas terem cores diferentes, conforme suas funções:

  • Branca: letras, dígitos e caracteres especiais;
  • Vermelha: 2 teclas “Reset”, que deviam ser simultaneamente pressionadas para reiniciar o microcomputador.
  • Verde: 4 setas de controle (para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita)
  • Azul: teclas especiais “Enter”, “Break”, “Shift” e “Clear”.

As teclas eram produzidas em plástico de boa qualidade e, apesar de pequenas, tinham boa resposta e toque agradável.

Display: Microprocessador Motorola MC6847, de 9 cores. Modo texto (com 32 x 16 caracteres); Gráficos de baixa resolução (com 64 x 32 pixels); Gráficos de média e alta resolução (podendo chegar aos 256 x 192 pixels, 2 cores por pixel, totalizando 49.152 pontos).

Tensões de funcionamento: fonte enterna, chaveada, em dupla voltagem 110/220V (105 a 130V [ou 208 a 232V]), em 60 ou 50 Hz, e corrente de 0,18A RMS..

Garantia: oficial Prológica, no prazo de 90 dias a partir da data de 1ª aquisição do produto.

Portas e conectores: localizados na parte traseira do gabinete e seguindo o padrão DIN, o Prológica CP400 Color garantia total compatibilidade com os periféricos produzidos especificamente para o TRS-80 Color Computer norte-americano. Estavam assim rotulados, da esquerda para a direita:

  • Joy-Dir e Joy-Esq: 2 conectores para a ligação de dois joysticks analógicos (direito e esquerdo).
  • Serial: conector para comunicação serial no padrão RS232C com uma impressora, plotter ou modem. Padrão de transmissão em 600 bps, 1 start bit (0 lógico), 7 bits de dados, 2 stop bits (1 lógico), sem paridade.
  • Monitor: conector para a ligação de um monitor de vídeo colorido, padrão RGB. Na placa-mãe, porém, próximo da saída para o vídeo monitor existiam 4 ilhas vazias (sem soldagem), que possibilitavam (aos conhecedores de eletrônica) mais uma saída: a de video composto, de modo que essas 4 ilhas podem ser assim rotuladas, da esquerda para a direita: CHB, B-Y, R-Y e Y. O modelo CP 400 Color II adotará uma outra pinagem, mantendo porém o mesmo conector DIN de 7 pinos.
  • K-7: conector para comunicação com um gravador K7 comum (National RQ2222 recomendado), através de um cabo triplo ligado aos conectores EAR (fone de ouvido), MIC (microfone) e REM (controle remoto). Nível de entrada de 1 a 5V, pico a pico, com impedância mínima de 220 ohms; nível de saída de 800 mV, pico a pico, com impedância de 1Kohms; capacidade de chaveamento remoto liga/desliga de 0,5 A e máximo em 6V em corrente contínua (CC).
  • Fonte: conector para a ligação do transformador externo, sendo este último chaveado manualmente nas tensões 110 e 220V, mas com tensão de funcionamento de 105 a 130V, em corrente alternada (AC) de 60 Hz e 0,18 mA RMS. Devido a um erro de projeto, o transformador interno, localizado no lado superior direito do gabinete, tinha problemas de superaquecimento.
  • TV: conector RCA fêmea, para conexão com uma TV a cores comum, padrão PAL-M, mediante um cabo coaxial de 75 ohms (que acompanhava o equipamento). Este cabo tem, em uma das pontas, um plugue RCA macho e, na outra ponta, um balun para converter a impedância do sinal de 75 para 300 ohms, já que os televisores da década de 1980 eram ligados a antenas e outras fontes geradoras de vídeo por de fitas paralelas de 300 ohms. Nos primeiros modelos no CP400 Color, o modulador de RF ficava em lugar à parte da placa-mãe.
  • Canal: chave chave H-H de 2 posições, para selecionar o canal de RF (nas frequências-padrão dos canais 3 e 4 VHF), mediante sinal modulado no padrão nacional de cores PAL/M.
  • Liga-Desl: botão de pressão liga-desliga.

Chaves e conectores traseiros:

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TELA APÓS O BOOT

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PLACA MÃE: face dupla.

Quanto à placa-mãe, houve 2 versões: a primeira, retangular; e a segunda, em forma de “L”. Suas principais diferenças é o fato de, na 1ª versão, o modulador de RF e o conector de cartuchos não serem soldados diretamente à placa. Ademais, para eliminar o superaquecimento do transformador interno, a 2ª versão passou este para o lado esquerdo, deixando-o de fora da placa-mãe.

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Placa-mãe 16KB: face dos componentes

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Placa-mãe 64KB, em L: face dos componentes

Provavelmente, a fim de dificultar a “cópia” de sua máquina, a Prológica renumerou diversos circuitos integrados, tornando dúbia sua identificação precisa. Além disto, é possível verificar diversos fios ligando entre si vários pontos da placa-mãe e pinos de circuitos integrados.


MAPA DE MEMÓRIA

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(*) Onde se lê, no quadro acima, “1025-1535”, leia-se “1024-1535”.

PINAGEM DAS PORTAS DE CONEXÃO DE PERIFÉRICOS

1.Joysticks: conector DIN fêmea de 5 pinos

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  1. Comparador direita/esquerda;
  2. Comparador para cima/para baixo;
  3. Terra;
  4. Botão de tiro;
  5. +5V (VCC).

2.RS-232C: conector DIN fêmea de 4 pinos

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  1. CD: detecção da portadora;
  2. RX: recepção de dados;
  3. GND: terra, com tensão de referência 0;
  4. TX: transmissão de dados.

3.Monitor: conector DIN fêmea de 7 pinos

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  1. (não usado)
  2. (não usado)
  3. (não usado)
  4. Terra
  5. Vídeo
  6. Terra
  7. Áudio

4. K7: conector DIN fêmea de 5 pinos

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  1. REM: controle remoto;
  2. EAR: fone de ouvido (EAR);
  3. GND: Terra
  4. MIC: microfone ou auxiliar;
  5. REM: outra saída para controle remoto.

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5. Fonte: conector DIN fêmea de 3 pinos

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  1. Entrada de 9V, em corrente alternada, de 1 ampere;
  2. o pino 2 não é usado;
  3. Entrada de 9V, em corrente alternada, de 1 ampere.

6. Conector de Expansão: conector de 40 pinos, disposto horizontalmente em duas fileiras de 20 pinos. Visto de frente, a pinagem é contada sequencialmente, de cima para baixo e da direita para a esquerda:

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  • o pino 1, provê -12V, de 100 mA;
  • o 2, +12V, de 300 mA;
  • o 3, a entrada de “halt” da CPU (HALT);
  • o 4, a entrada de interrupção não-mascarada (NMI);
  • o 5, a entrada de “reset” da CPU (RESET);
  • o 6, a saída do clock principal da CPU (E), em 0,89 MHz;
  • o 7, a saída de clock defasado 90º em relação à E (Q);
  • o 8, a entrada de detecção da presença de cartucho (CART);
  • o 9, provê + 5V, de 300 mA;
  • os pinos 10 a 17, são os bits de dados (D0 até D7);
  • o 18, o sinal de leitura/gravação (R/W);
  • os pinos 19 a 31 e 37 a 39, são os bits de endereçamento (A0 até A15);
  • o 32, a entrada de seleção de ROM do cartucho (CTS);
  • os pinos 33 e 34, o terra (GND);
  • o 35, a entrada de som (SND);
  • o 36, a entrada de seleção adicional de cartucho, para disco (SCS);
  • e o 40, a entrada de desativação de dispositivos internos (SLENB).

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7.TV:

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CONTEÚDO DA EMBALAGEM
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  1. 01 microcomputador Prológica CP400 Color;
  2. 01 transformador externo 110/220V, chaveado manualmente;
  3. 01 Cartão de Referência sanfonado, de 14 páginas;
  4. 01 Manual de Operação e Linguagem, de 290 páginas;
  5. 01 Catálogo de Software Prosoft;
  6. 01 cabo de RF para ligação do computador à televisão (PAL-M, VHF, canais 3/4);
  7. 01 cabo com 3 vias para conexão ao microcomputador de um gravador K7;
  8. 01 fita K7 contendo 9 programas (DANUBIO, BIORRITM, LOTO, GRAFICO, NUMEROS, ARITMET, RALLI, ARANHA e CAD), demonstrando sobretudo os recursos da linguagem Extended Color BASIC (ECB).

Veja também:

As informações e imagens usadas nesta postagem foram obtidas na Internet, nos sites acima mencionados ou no próprio manual oficial do CP400 Color.