HISTÓRICO
Lançado em agosto de 1985 pela Dynacom, tradicional fabricante de videogames no Brasil (Dynavision, entre outros), o “MX-1600 64K Color Computer” pretendia concorrer com outros microcomputadores de 8 bits, como o Apple II, aproveitando-se do sucesso da linha TRS-80 Color no mercado mundial (representados então nos Estados Unidos pelo Tandy TRS-80 Color Computer, e na Inglaterra, pelos Dragondata Dragon 32 e Dragon 64) e no nacional, espelhando-se aqui, principalmente, nos excelentes resultados de venda do Prológica CP400 Color.
Visando facilitar a conquista do mercado, o MX1600 tinha como principal diferencial vir de fábrica acompanhado de 2 fitas K7 contendo cerca de 100 programas, entre jogos, aplicativos e utilitários, enquanto que o seu maior adversário, o CP400 Color, trazia uma única fita cassete contendo tão somente 9 programas, quase todos bem simples.
Com o domínio do CP400 na linha TRS Color e o lançamento do padrão MSX ainda em 1985, as vendas do MX1600 ficaram muito abaixo do esperado e já no ano seguinte, em 1986, a linha de produção foi desativada, de modo que a promessa de expansão do sistema demonstrada no manual do usuário restou totalmente prejudicada. Ademais, embora tivesse planos para lançar um micro padrão MSX, o “desastre comercial” do MX1600 levou a Dynacom a repensar os projetos de microcomputadores baseados em processadores de 8 bits, decidindo migrar diretamente para a linha PC, de 16 bits.
CARACTERÍSTICAS
Fabricante: Dynacom Eletrônica Ltda. – CGC 50.980.606/0001-09
Dimensões (largura, profundidade e altura máxima, em centímetros): Gabinete de plástico, nas medidas de 40,0 x 25,0 x 5,5 cm.
Compatibilidade: Tandy Radio Shack Color Computer 1&2.
Microprocessador: Motorola MC6809E, de 0,895 MHz a 1,790 MHz.
Memória ROM: 16 KB (contendo o Tandy “Color BASIC 1.2” [CB] e o Tandy “Extended Color BASIC 1.1” [ECB]), com alteração dos labels e outros três bytes para que o comando PRINT MEM apresente 57.383 ao invés dos habituais 24.871. Sua linguagem BASIC era chamada de “MX-BASIC”.
Memória RAM: versão única de 64 KB. Uma propaganda oficial, publicada em agosto de 1986, afirmou que tal memória era expansível até 256 KB, mas até o presente momento, não há evidências fáticas demonstrando tal possibilidade.
Teclado: tipo profissional, com 53 teclas, incorporado ao gabinete.
Display: Microprocessador Motorola MC6847, de 9 cores. Modo texto (com 32 x 16 caracteres); Gráficos de baixa resolução (com 64 x 32 pixels); Gráficos de média e alta resolução (podendo chegar aos 256 x 192 pixels, 2 cores por pixel, totalizando 49.152 pontos).
Tensões de funcionamento: fonte interna, chaveada na parte traseira do gabinete, em dupla voltagem 110/220V (105 a 130V ou 208 a 232V), em 60 ou 50 Hz, e corrente de 0,18A RMS.
Garantia: oficial Dynacom, no prazo de 90 dias a partir da data de 1ª aquisição do produto.
Portas e conectores: 1 saída para monitor monocromático; 1 saída RF para TV colorida, padrão PAL-M, canais 3 ou 4 VHF; 1 porta de E/S serial, padrão RS-232C; 3 jacks para gravador K7, com funções de entrada, saída e controle remoto do motor; 2 portas para joysticks analógicos ou digitais, padrão Atari; 1 porta de expansão (para conexão de cartuchos de software e expansão de periféricos).
Chaves e conexões traseiras:
Demais conexões e leds indicadores (lateral direita):
A entrada para cartuchos (conector de expansão) no MX1600 ficava no canto superior direito do gabinete. Em razão disso, o cartucho era conectado na vertical, de forma semelhante Aos videogames daquela época. Tendo em vista o seu formato físico ser completamente diferente dos demais micros compatíveis com a linha, somente cartuchos fabricados pela própria Dynacom ou pela Prológica (para uso em seu CP400 Color) podiam ser conectados ao equipamento.
Um Dynacom MX1600 usando um cartucho projetado para o Prológica CP400 Color
A Dynacom também tomou a iniciativa de alterar todos os demais conectores de entrada/saída do seu MX1600, preferindo fazer uso de conectores mais tradicionais naquela época no Brasil e deixando de lado os conectores padrão DIN usados pelos demais computadores compatíveis com a linha TRS-80 Color Computer. Com efeito, embora fugisse do padrão adotado pela linha, facilitava a conexão de acessórios, em especial os joysticks, já há muito tempo fabricados pela empresa para os seus consoles de videogame.
Também diferentemente de outros micros compatíveis com o TRS Color, o MX1600 possuía, na lateral direita do gabinete, uma chave física externa específica para pausar a execução de qualquer programa ou jogo, por tempo indeterminado, sem porém alterar dados internos ou a imagem da tela, que permanecia “congelada”; também o teclado e outras chaves externas deixavam de operar. Ao ser acionada, um led localizado ao lado direito do teclado era aceso até a chave ser desligada. Referido “apoio visual” era especialmente útil quando se tentava ligar o computador com a pausa ligada.
TELA APÓS O BOOT
PLACA MÃE: face simples, de baixo custo.
Face dos componentes
Face das trilhas/solda
MAPA DE MEMÓRIA
(*) Onde se lê, no quadro acima, “1025-1535”, leia-se “1024-1535”.
PINAGEM DAS PORTAS DE CONEXÃO DE PERIFÉRICOS
1.Joysticks: padrão Atari
- Para cima
- Para baixo
- Esquerda
- Direita
- (não usado)
- Botão de tiro
- (não usado)
- Terra
2.RS-232C: pinagem simples, soldada diretamente na placa-mãe
- VCC: +5V
- CD: detecção da portadora
- GND: terra
- RX: recepção de dados
- TX: transmissão de dados
3.Gravador K7: jacks padrão áudio
4.TV / Monitor: padrão RCA
5. Conector de Expansão: conector de 40 pinos, disposto verticalmente em duas fileiras de 20 pinos. Visto de cima, a pinagem é contada sequencialmente, de cima para baixo e da direita para a esquerda:
- o pino 1, provê -12V, de 100 mA;
- o 2, +12V, de 300 mA;
- o 3, a entrada de “halt” da CPU (HALT);
- o 4, a entrada de interrupção não-mascarada (NMI);
- o 5, a entrada de “reset” da CPU (RESET);
- o 6, a saída do clock principal da CPU (E), em 0,89 MHz;
- o 7, a saída de clock defasado 90º em relação à E (Q);
- o 8, a entrada de detecção da presença de cartucho (CART);
- o 9, provê + 5V, de 300 mA;
- os pinos 10 a 17, são os bits de dados (D0 até D7);
- o 18, o sinal de leitura/gravação (R/W);
- os pinos 19 a 31 e 37 a 39, são os bits de endereçamento (A0 até A15);
- o 32, a entrada de seleção de ROM do cartucho (CTS);
- os pinos 33 e 34, o terra (GND);
- o 35, a entrada de som (SND);
- o 36, a entrada de seleção adicional de cartucho, para disco (SCS);
- e o 40, a entrada de desativação de dispositivos internos (SLENB).
CONTEÚDO DA EMBALAGEM
- 01 microcomputador Dynacom MX1600;
- 01 manual de Referência (inspirado no manual oficial do TRS Color Computer);
- 01 cabo de RF para ligação do computador à televisão (PAL-M, VHF, canais 3/4);
- 01 cabo com 3 vias conexão ao microcomputador de um gravador K7;
- 02 fitas K7 contendo cerca de 100 programas entre jogos e aplicativos.
Veja também:
- Galeria de fotos do Dynacom MX1600 (por Daniel Campos)
- Manual de Operação do Dynacom MX1600 (Datassette.org)
- MX1600 (pt.wikipedia.org)
- MX1600: mais um dos “obscuros” TRS Color nacionais (AMX Project)
- Relação dos programas que acompanhavam o MX1600 (Datassete.org)
As informações e imagens usadas nesta postagem foram obtidas na Internet, nos sites acima mencionados ou no próprio manual oficial do MX1600.